No dia de Santa Bakhita e às vésperas do Carnaval de 2016, no último dia da Novena de Reparação da Sagrada Face, iniciamos a nossa fabricação de Terços e Rosários! Vamos destacar brevemente um pouco da sua história, curiosidades, e claro, a sua importância para os Católicos.
O terço é um pedacinho do Rosário. O Rosário antigamente tinha 15 mistérios, e o terço somente 5. Como o nome já diz, o Terço equivale à terça parte do Rosário. Em outubro de 2002 o Papa João Paulo II introduziu mais 5 mistérios ao Rosário, que passou a ter 20 mistérios. A fração do Rosário não é mais a terça parte do Rosário, mas a quarta parte, entretanto o nome “Terço” continua sendo usado porque é tradicional e tomou vida própria.
São João Paulo II em sua Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae diz que esta é uma oração amada por numerosos santos e estimulada pelo Magistério. Na sua simplicidade e profundidade, permanece, mesmo no terceiro milênio, uma oração de grande significado e destinada a produzir frutos de santidade e ainda acrescenta que esta oração teve um lugar importante na sua vida espiritual.
O Papa Leão XIII indicava a oração do terço como instrumento espiritual eficaz contra os males da Sociedade e o Papa São João XXIII destacou o caráter evangélico do Rosário e a sua orientação cristológica. A repetição das mesmas preces tem o objetivo de criar um clima contemplativo, que permita a meditação e o aprofundamento dos grandes mistérios da nossa fé.
Alguns autores atribuem a origem do Rosário à Ordem de São Domingos. Eles foram sempre muito caros a esse exercício de piedade através de Irmandades do Rosário, pregações, escritos, devocionários etc… Mas, quando olhamos para a história, vemos várias contribuições para formar o Rosário como o conhecemos. O costume de rezar breves fórmulas de oração consecutivas e numeradas constitui uma das expressões da religiosidade humana. Entre os cristãos, esse hábito já estava em uso entre os eremitas e monges do deserto nos séculos IV e V. (BETTENCOURT,1997)
Para favorecer esses exercícios de piedade, foi-se aprimorando a confecção das correntes que serviam à contagem das preces. Cada um desses cordéis de grãos se dividia geralmente em cinco décadas; cada décimo grão era mais grosso do que os outros, para facilitar o cálculo. Esses instrumentos eram chamados de “Paternoster” tanto na França como na Alemanha, na Inglaterra e na Itália. (BETTENCOURT,1997).
Nos primeiros séculos os cristãos usavam a saudação do Anjo Gabriel a Maria “Ave, cheia de graça, o senhor é contigo” (Lucas 1, 26), mas é somente no século XI-XII que encontramos um uso generalizado e popular da Ave – Maria (TIEZZI, 2015). No mesmo período iniciava nos mosteiros a prática do rosário, chamado de Saltério da Ave-Maria uma repetição devota da Ave-Maria, 150 vezes, substituindo os 150 salmos (saltério) para os monges que não sabiam ler. (TIEZZI, 2015).
Uma das explicações do nome “Rosário” em particular, foi muito fomentado por um relato popular do século XIII: narra-se que um monge cisterciense se comprazia em recitar frequentemente 50 Ave-Marias, as quais emanavam de seus lábios como rosas que se iam depositar na cabeça da Virgem Santíssima. O monge cartuxo Henrique de Egher ou de Calcar (+1408), redigiu o poema “Psalterium Beatae Mariae”, no qual estimulava a recitação de um Pai-Nosso antes de cada dezena de Ave-Maria.
O Dominicano Alano da Rocha (+1475) sugeria a recitação de 150 mistérios, que percorriam os principais aspectos da obra da Redenção, desde o anúncio do anjo a Maria até a dormição da Virgem Santíssima e o juízo final. Mas foi São Pio V, o Papa, quem deu ao Rosário a sua forma atual, determinando tanto o número de “Pai-Nossos” e “Ave-Marias”, como o teor dos mistérios que o compõem.
O Santo Pontífice atribuiu à eficácia dessa prece a vitória naval de Lepanto, que aos 7 de outubro de 1571, salvou de grande perigo a Cristandade ocidental. Assim, inseriu no calendário litúrgico da Ordem de São Domingos a festa do Rosário, sob o nome de “Festa de Nossa Senhora do Rosário”. Mais tarde o Papa Leão XIII determinou que o mês inteiro de outubro fosse dedicado, em todas as paróquias, à recitação do Rosário. (BETTENCOURT,1997).
Com nossa produção de terços e rosários, esperamos propagar a devoção mariana e motivar as pessoas ao espírito de oração!
Referências:
BETTENCOURT, Estevão Tavares. Católicos Perguntam. 2 ed. São Paulo: Parma, 1997.
JOÃO PAULO II, Papa. Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae. 2002. Disponível em: http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/apost_letters/2002/documents/hf_jp ii_apl_20021016_rosarium-virginis-mariae.html Acesso em 9 de fevereiro de 2016.
SENHORA, Luís de Nossa. Santo Rosário, presente do Céu. Livreto. Pequenos Servos de Nossa Senhora. 7ed. Espírito Santo: 2004.
TIEZZI, Ida. Como nasceram a Ave-Maria e o terço. Publicado em 7 de maio de 2015. Disponível em: http://www.aleteia.org/pt/religiao/artigo/como-nasceram-a-ave-maria-e-oterco-5910443449122816 Acesso em 10 de maio de 2015.